16 de maio de 2008

A Força De Criar!

Deixei de escrever sobre política há já algum tempo, e é com gosto que o faço novamente. A razão que me leva a escrever estas notas é o surgimento do MEP, o Movimento Esperança Portugal, não porque esteja empenhado na sua implantação ou sequer porque partilhe dos ideais por este defendidos. A verdade é que ainda não os li e apenas conheço muito ao de leve, da leitura e acompanhamento que faço através dos jornais e noticiários.

Então porquê escrever sobre política?

Assisti esta semana a uma conferência no CUPAV – Centro Universitário Pe. António Vieira, em Lisboa, subordinada ao tema ‘Partidos Políticos – Criar ou Reciclar’ que teve como oradores o Dr. Rui Marques, representante do MEP e o Dr. Filipe Anacoreta Correia, militante do CDS-PP. Não podia ter sido uma noite melhor passada, quer pela serenidade e seriedade do diálogo, quer pela adesão e participação que teve por parte de tantos universitários como eu.

Foi a primeira vez que tive oportunidade de contactar de perto com o MEP e com o espírito que rodeia aqueles que o estão a dinamizar.

Fascinou-me verdadeiramente neste projecto a força de provocar a mudança que ele representa. Um punhado de pessoas que ainda vê na política uma forma de servir a comunidade e a sociedade. Mais do que os ideais que os move, é fascinante presenciar a forma como querem remar contra a maré de desconfiança e falta de credibilidade em que caíram os protagonistas da actividade política nacional.

Andemos pela rua, e mencione-se o nome de um qualquer político, ou refira-se simplesmente a classe, e de imediato choverão críticas de corrupção, interesses e compadrios. Uma crítica que peca por julgar todos, pelo comportamento de alguns muitos. Uma crítica que de tão repetida já é anedota nacional.

Esta crise é tal que coloca em causa as bases da democracia, porque afasta os cidadãos do serviço mais nobre e altruísta que pode ser a actividade política quando exercida com rectidão e humildade. Confesso que eu próprio me desencantei há já alguns anos, quando percebi que os meandros das juventudes partidárias, supostamente instrumentos de iniciação e consciencialização políticas, reproduzem exactamente os mesmos vícios e jogos de interesses dos partidos que as apadrinham.

Diziam-me que o mundo não era para os idealistas, tinha eu 18 anos, e via amigos meus filiarem-se para terem acesso a umas jantaradas simpáticas e a preços juvenis… Os interesses eram inocentes mas já lá estavam.

Quero acreditar que « todo o mundo é composto de mudança », e que é possível fazer mais e chegar mais longe por Portugal. O que nos faltam são MEPs da esquerda à direita, do centro ao extremo, MEPs dentro dos partidos, MEPs nas ruas, nos jornais e na boca de cada um. Temos que ser ambiciosos na reforma que queremos para Portugal, uma reforma que se faz antes de mais na consciência participativa de cada um. A boa moeda acaba sempre por afastar a má!

O MEP pode nem sequer conseguir reunir o número de assinaturas de que precisa para se constituir com partido político, mas já fez muito por Portugal ao nos relembrar que  melhor é possível.

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